30 novembro 2008

O VAZIO DA DOR..

Há dias que nascem ao contrário
Como se morressem nos primeiros raios de sol
Há dias que sangram em vez de amanhecer
dias que relutam em despir o luto da madrugada
Pra se vestir de ocre e laranja
dias que desabrocham em quietude e solidão
No desaprender de esperar
Desas sosseguei mil manhãs nascidas

[EU] acordei com o gosto do nada
Enxergando a minha vida em 8mm
preto/branco
Tomo café e percebo que tudo ali
tem gosto de sobra de vencida de velho
Vejo que o papel de parede decorado
é mofo que as portas estão carcomidas
de paredes manchadas pela umidade
de camas geladas que parecem molhadas
e ouve as baratas dentro das gavetas

[EU] sei que amanhã pode ser tarde

[EU] sai pela porta e deixei a covardia
presa no banheiro junto com meus anti-depressivos

[EU] voltei pra casa pela milésima
septuagésima terceira vez e carregava
os olhos repletos de des expectativas
inundados da ausência dos espectros
que aprendeu a desesperar caminho
lenta pelas mesmas ruas encharcadas
de impossibilidades reflete-se nas
vitrines que lhe vêem passar só e busca
nos bolsos o calor das mãos tão distantes

[EU] ando como se soubesse do rumo
que há tanto deveria ter tomado como
se a estrada que me levaria lá sempre
tivesse estado estendida na porta da
sua casa e meus passos são leves e
rápidos mais rápido e não tão leve
um coração descompassado
Há medo e angústia sensação de
nadar a favor e em favor de si

[EU] dobrei a esquina como sempre
e todo dia olho para o chão ocupada
com o piso irregular e mais uma vez
no fundo nego a esperança torta do
que poderia ser desacreditando
do que será por ser demais

[EU] caminho alheia a tudo de si
Esquecida do que é

[EU] sorrio tendo vontade de chorar
Fica pra depois dividir o sorriso
Assim inauguro-se, só mais um dia...

Renascendo à cada manhã
Num espaço desigual
O casulo em construção

Então Respiro Resguardo...
Paro Reparo E vejo Sinto Penso em voar
Mas antes de voar
Sinto a dor do crescer das asas
Depois da dor Esquece como é andar
Não quero renascer a cada manhã ! ]


as borboletas batem suas asas...
fodam-se!!! as borboletas.



.

3 comentários:

Elton S. Neves disse...

"Anjo, a dor vai passar,e a alegria para você irá voltar,pois vc é uma fada encantada da poesia literária que trilha o caminho do amar".

Sandrinha estes versinhos acima exprimem oque penso sobre a pessoa maravilhosa que vc é. Que bom que voltou para me visitar,estava morrendo de saudades. Saiba que pode contar comigo para oque der e vier. E saiba também que a sua persona como o teu trabalho são importantes pra mim e pra muita gente boa,por isso seja firme,hein?Beijão,e que bom que gostou da homenagem que fiz pra você,ela foi merecida,porque foi conquistada com os frutos do teu trabalho literário totalmente voltado para o bem. Beijos.

Яoьεяτα disse...

Lindo.

Mas coitadinhas das borboletas

Beijãozão

Elton S. Neves disse...

Hoje eu sei que a tua dor passou querida e que vives em paz merecida,hoje somos nós que infelizes temos que amanhecer á cada dia sem a tua doce presença em nosso meio.Saudades aqui do teu amigo eterno.Beijos poéticos para ti!